domingo, 28 de março de 2010

E O QUE IMPORTA?!

E o que importa?!
Não somos artigos para a venda.
Não deveríamos ter rótulos.
Tiremos nossas próprias conclusões.
Guardemo-nas para nós mesmos.
Pessoas, são mais de 6,6 bilhões e crescendo.
Para o bem delas mesmas e em detrimento da Terra.
E o que tenho com isso?



Talvez nada.
Não se pede pra nascer.
Não se escolhe um nome ou apelido.
Só se você for um artista.
E, assim, adquire-se esse rótulo: artista.
Sofra as consequências.
Não sofra de véspera.
Você não é peru de Natal.


Ou será que já te rotularam dessa forma?

Não que eu queira saber.
Não. Não me interessa!
E o que importa?!

Amon A. Affonso

sábado, 13 de março de 2010

Anfitrite e o Delfim


Chegada de Anfitrite à corte de Netuno
Netuno, o senhor dos mares, numa manhã de muito sol, percorre as Ilha de Naxos, no seu coche, quando avista uma cena, que o faz parar os cavalos: nas areias da praia, dançam despreocupadas as ninfas Nereidas, filhas de Nereu.

Mas a atenção do deus foi prontamente voltada para a mais formosa de todas, Anfitrite, que se destacava entre as irmãs por sua beleza e sorriso.
Netuno se aproxima do grupo e tenta tomar Anfitrite, mas ela, com excessivo pudor, se esquiva graciosamente e salta no mar. O deus nada atrás da ninfa, mas não consegue encontrá-la, tendo ela se refugiado nos domínios do pai, o velho do mar.

Assim, Netuno envia um delfim para encontrá-la. O ágil animal rapidamente encontra a nereida e a convence a seguí-lo e aceitar a proposta de casamento do deus e tornar-se rainha dos mares.

A ninfa acaba por convencer-se e concorda em acompanhar o animal. Montada num touro com cauda de peixe e guiada pelo delfim, Anfitrite parte ao encontro de Netuno acompanhada por um enorme cortejo, formado por todas as divindades marinhas. No palácio de ouro, Anfitrite se casa com Poseidon e torna-se a rainha dos mares. Em agradecimento e celebração do ato, o delfim que levou a ninfa ao deus foi catasterizado na constelação de Peixes.

É preciso não esquecer nada


É preciso não esquecer nada: 

nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.

É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.

O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.

O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.

O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence. 



Cecília Meireles

domingo, 7 de março de 2010

AGRIDOCE



Eu estou desistindo do fantasma do amor
Nas sombras expressas em devoção
Ela é a única que eu adoro
Rainha do meu sufocamento silencioso
Retire este feitiço agridoce de mim
Perdido nos braços do destino

Agridoce

Eu não vou desistir, estou possuído por ela
Estou carregando uma cruz, ela está se voltando para o meu bem
Retire este feitiço agridoce de mim
Perdido nos braços do destino
Agridoce, eu quero você (eu quis você)
E eu preciso de você (e eu precisei de você)

Agridoce


Livre tradução da música Bittersweet, da banda Apocalyptica. 

sábado, 6 de março de 2010

ESMORECER AO ESCURO



A vida parece esmorecer
Fluindo para longe a cada dia.
Se perdendo dentro de mim
Nada importa, ninguém mais.
Eu perdi o desejo de viver.
Simplesmente nada mais a dar.
Não há nada mais para mim.
Preciso do fim para me libertar.
As coisas não são como costumavam ser
Falta algo dentro de mim.
Mortalmente perdido, isto não pode ser real.
Não posso suportar este inferno que sinto.
O vazio me preenche
Ao ponto da agonia.
As trevas crescem tomando a aurora.
Eu era eu mesmo, mas agora, esse se foi.
Ninguém além de mim pode me salvar, mas é tarde.
Agora não posso pensar por que eu deveria ao menos tentar.
O ontem parece nunca ter existido.
A morte me acolhe carinhosamente, agora eu vou dizer apenas adeus.
Adeus.

Livre tradução da música Fade to Black, da banda Metallica.