segunda-feira, 7 de junho de 2010

CANTA TEU RISO











SONETO


Canta teu riso esplêndido sonata,
E há, no teu riso de anjos encantados,
Como que um doce tilintar de prata
E a vibração de mil cristais quebrados.

Bendito o riso assim que se desata
- Citara suave dos apaixonados,
Sonorizando os sonhos já passados,
Cantando sempre em trínula volata!

Aurora ideal dos dias meus risonhos,
Quando, úmido de beijos em ressábios
Teu riso esponta, despertando sonhos...

Ah! Num delíquio de ventura louca,
Vai-se minh'alma toda nos teus beijos,
Ri-se o meu coração na tua boca!



                                                 Augusto dos Anjos

terça-feira, 18 de maio de 2010

CONTRA TUDO



Contra toda desordem, disciplina.

Contra toda avareza, compaixão.

Contra toda inconsequência, responsabilidade.
Contra toda hostilidade, amizade.
Contra toda preguiça, trabalho.
Contra toda insegurança, coragem.
Contra toda derrota, perseverança.
Contra toda falsidade, honestidade.
Contra toda traição, lealdade.
Contra toda descrença, fé.

                                                               Amon A. Affonso

sábado, 1 de maio de 2010

EU SOU...

Cada dia menos EU, e mais NÓS.
Para um dia sermos OS 3.
E,  Incluindo 1 Outro Recebido e, Inesquecivelmente,
Passarei a ser muitos e imortal.
E livro escrito e a árvore plantada.


                                                                   Amon A. Affonso.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

SONHOS

SONHOS

Aguns sonhos morrem antes que ganhem forma.
Outros mudam de forma para que se adaptem ao mundo.
Há outros, ainda, que crescem tanto que mal podem ser abraçados.
Há ainda, os que estão tão distantes que parecem nunca ser alcançados,
Como os que nos fogem por serem rápidos, fulgazes desejos.
E há, também, os que se esvaem como areia escorrendo pelas mãos.
Mas sonhos são como refis em nossas mentes, substituimo-os, por vezes.
Porém, de uma coisa não devemos nos privar: de simplesmente sonhar.
Eu tenho os meus, vocês têm os seus. Lutemos pelos nossos!

Amon A. Affonso

sexta-feira, 2 de abril de 2010

AINDA QUE...


AINDA QUE...


Proximidade, ainda que distante
Felicidade, ainda que triste
Curiosidade, ainda que ciente
Temeridade, ainda que confiante
Ansiedade, ainda que evidente

Céu nublado, ainda que quente
Árvore frondosa, ainda que semente
Acostumado, ainda que diferente
Abraço apertado, ainda que ausente
Beijo apaixonado, ainda circunstante

Passado, ainda que presente
Coração, ainda que és mente
Não-oficial, ainda que inerente
Duvidosa, ainda que exatamente
Seguro, ainda que abstende

Solidão por certo, se sente
Eternal heart's self-confidant


 Amon A. Affonso

domingo, 28 de março de 2010

E O QUE IMPORTA?!

E o que importa?!
Não somos artigos para a venda.
Não deveríamos ter rótulos.
Tiremos nossas próprias conclusões.
Guardemo-nas para nós mesmos.
Pessoas, são mais de 6,6 bilhões e crescendo.
Para o bem delas mesmas e em detrimento da Terra.
E o que tenho com isso?



Talvez nada.
Não se pede pra nascer.
Não se escolhe um nome ou apelido.
Só se você for um artista.
E, assim, adquire-se esse rótulo: artista.
Sofra as consequências.
Não sofra de véspera.
Você não é peru de Natal.


Ou será que já te rotularam dessa forma?

Não que eu queira saber.
Não. Não me interessa!
E o que importa?!

Amon A. Affonso

sábado, 13 de março de 2010

Anfitrite e o Delfim


Chegada de Anfitrite à corte de Netuno
Netuno, o senhor dos mares, numa manhã de muito sol, percorre as Ilha de Naxos, no seu coche, quando avista uma cena, que o faz parar os cavalos: nas areias da praia, dançam despreocupadas as ninfas Nereidas, filhas de Nereu.

Mas a atenção do deus foi prontamente voltada para a mais formosa de todas, Anfitrite, que se destacava entre as irmãs por sua beleza e sorriso.
Netuno se aproxima do grupo e tenta tomar Anfitrite, mas ela, com excessivo pudor, se esquiva graciosamente e salta no mar. O deus nada atrás da ninfa, mas não consegue encontrá-la, tendo ela se refugiado nos domínios do pai, o velho do mar.

Assim, Netuno envia um delfim para encontrá-la. O ágil animal rapidamente encontra a nereida e a convence a seguí-lo e aceitar a proposta de casamento do deus e tornar-se rainha dos mares.

A ninfa acaba por convencer-se e concorda em acompanhar o animal. Montada num touro com cauda de peixe e guiada pelo delfim, Anfitrite parte ao encontro de Netuno acompanhada por um enorme cortejo, formado por todas as divindades marinhas. No palácio de ouro, Anfitrite se casa com Poseidon e torna-se a rainha dos mares. Em agradecimento e celebração do ato, o delfim que levou a ninfa ao deus foi catasterizado na constelação de Peixes.